segunda-feira, 8 de abril de 2013

SÉRIE "Poemas de circo": CARO SR. PALHAÇO




Sob aquelas vestes efusivas
De cores gritantes que atraem os olhos
Tão dócil e inocente criatura
Quem lhe poderá –de fato- recompensar?

Entre uma e outra pirueta
Entre piadas mais velhas que o mundo
Aquela é sua verdadeira missão
Dinheiro algum lhe poderá recompensar

Os risos e a satisfação do público
Engolem o furacão de pedras em sua alma
Aquela alma que não usa pancake
Aquele nariz que não cobre seus males

Caro Senhor Palhaço, alegre e desastrado
Homem de fé na própria existência
Essa luta todo dia a gente enfrenta
Mas fazendo troça dela, só para os fortes

sexta-feira, 5 de abril de 2013

SÉRIE "Poemas de Circo": TRAPÉZIO




Jura que tudo vai dar certo?
Promete que poderei me soltar?
Pode me assegurar nessa dúvida?
Na hora da angústia, do medo...

Estarei firme em tuas mãos?
E se as minhas suarem?
E se eu fraquejar justo ali?
Na hora da angústia, do medo...

E a grandeza da derrota?
E a plateia, entre o escárnio e o choque?
E se eu me desviar da rota?
Um segundo frio e crucial

Sinto a espinha arrepiar, gélida
Arritmia, o palhaço já fez sua última graça
É agora? Tem mesmo que ser?
Que o Senhor tenha misericórdia! 

terça-feira, 2 de abril de 2013

SÉRIE "Poemas de circo": MALABARISTAS



Aperta o passo aí, que eu quero ver
Arreda pra lá, afasta, sai!!
O espetáculo que vai começar:
Que benção, meu Deus, que lindeza!!
Coisa linda demais, nem sei
Nem sei, nem sei...
Olha como ele é habilidoso
Olha como faz os seus truques!
Olha, gente, olha!
Nem dá pra mim isso aí...
Quisera eu, outrora nessa vida,
Mas já sou malabarista
Dessas duras penas
Que nem se há de contar
Porque não valem a pena lembrar
Então eu fico aqui, nem pisco
Lá vão e lá vem os malabares
Vou chorar na minha estupidez
Me segura, mulher, me segura... E me abraça!