domingo, 2 de setembro de 2012

GLORIOSO TEMPO



Dos gemidos de minha alma
Ao tremor de meus lábios
Dos aplausos de minha alegria
Às lágrimas do meu arrependimento
Toda terra se encherá
Desse espantoso sentimento
A redenção que nos alcançará
Jamais igual se ouviu falar
Glória, glória, glória!
Este não é o início das dores
Há muito se ouvem rumores de guerras
Estejamos à espera, preparados
Estejamos limpos e conservados
Perseverados em fé, de pé, firmes
O tempo do cansaço se extinguirá
Cantemos pelo glorioso tempo
O tocar de trombetas se logo fará
Glória, glória, glória!
Cristo de todo fardo nos livrará
Meu coração grita tão alto
Minha carne gelada e fatigada
Ele trará o bálsamo, a redenção e a recompensa
Jesus! Jesus! Jesus!
Brada a mais louca das minhas convicções
Do alto de sua glória Ele virá
Do alto de seu trono descerá
O tempo da angústia dará lugar ao alívio
O tempo da fome dará lugar à fartura
Fome de vida, de amor, de conforto
Glória, glória, glória!
Um sem número de vezes glória!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

BAIXE O E-BOOK DO BLOG "MISSÃO POESIA"



É isso aí, gente!! Finalmente a coletânea com os poemas deste blog, incluindo alguns nunca publicados, estão disponíveis para download num e-book que leva o mesmo nome do blog. Segue link para você baixar: 

DOWNLOAD DO E-BOOK MISSÃO POESIA AQUI

quarta-feira, 14 de março de 2012

MELANCOLICARIUM




A música que acompanhou/inspirou a criação deste poema é "A minha oração", do cantor André Valadão. Recomenda-se ler o poema ouvindo a canção, para melhor envolvimento com a obra. Segue link de um vídeo no youtube onde André Valadão interpreta a referida música:  http://www.youtube.com/watch?v=Zn-wPjlj5vA 


(Dos tempos)

Assisto à tarde partir e a noite chegar
Timidamente surge a primeira estrela
Vivaz, brilhante, queimando
Assisto à estrela colorir o céu

Vagueio em bruscos pensares
Eu costumava usar uma aliança
E me cobria de finura invejável
Agora me calo sem nada louvável

Agruras de tempos memoráveis
Agora cercam-me com tamanha fúria
O mar que cerca esta ilha é ácido
E eu não sei nadar para fugir

Austeras visitas a cada manhã que nasce
De apertos e solavancos impetuosos
É tão bonito o maquinário mental
Mas sua cura está a milhas de distância

Assisto ao sol sorrir, com a alma seca
O tanque se renova enquanto há prantos
E o ciclo de esvaziá-lo e enchê-lo me sufoca
Jazem enterrados em mim antigos encantos

(Das alianças)

Canto músicas que queimam o espírito
E cortam-me feito navalha cega
Vejo escorrer pelo nariz uma coriza traumática
Mas a febre é melhor do que a frieza da alma

Eu costumava usar uma aliança
Disso lembro-me de já ter dito
É que ela era tão excessivamente cara
Perdi-a num bueiro qualquer das desventuras

Algumas rimas lidas deitadas pelo chão
Molhando no café um pedaço de pão magro
Penduradas no varal estão as velhas vestes
Manchadas, todavia, encontram-se eternamente

Queria expressar algum tipo de desabafo
Desses que se extrai da alma angustiada
Sei lá, talvez 10.000 lágrimas
Mas deixar vazio pra sempre o reservatório


Eu costumava caminhar com gente
E me dispus a tal estado animalesco
Em que os próprios bichos de mim tem pena
Voam, rastejam, ocultam-se longe de meus vexames

Um dia isso há de ser ricamente colorido?
Não o sei, temo pela resposta a tal pergunta
Receio ter sido esquecido, todo esse tempo sofrido
Por um sonho que nunca passou de uma canção

Mantenho-me espectador fiel do advento das trevas
A noite escorre pela minha pele e me envolve
Eu costumava usar uma aliança
E em algum lugar fértil ela espera por mim...



quarta-feira, 7 de março de 2012

A DANÇA DAS QUIMERAS



Precisas correr
O cheiro já não é bom
A essência se desfez
Virou fumaça negra

O tempo corre contra si mesmo
As promessas foram quebradas
E as mãos ainda atadas
Tornou-se exceção à regra

Filha, lá fora nascem as rosas
A fuga de um sonho bom
Feche os olhos e imagine campos férteis
Etéreas visões de um mundo novo

Crepúsculos e auroras dançam
Enquanto olhos cintilam esperança
Mas é necessário uma decisão antes
Uma só, para romper o véu do medo

Precisas, de fato, correr
Enquanto ainda há água corrente
Diante de ti, filha minha tão amada,
Encontra-se a vias de morte ou vida

Busque cura perene para tua dor
Envolva-te em lençois de branco puro
Dance, cante, alegra-te livre
E volte aqui para contar-me as boas novas...


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

VOLTE



Volte, mesmo ainda sendo madrugada
Pois é nas trevas que a sede aumenta
E a necessidade do teu abraço clama e não cansa

Volte, antes que raie a manhã dubitável  
Aquela despretensiosa manhã que sempre chega
Retorne com um afago paternal inigualável

Volte, e refaça meus ossos quebrados e reumáticos
Sopre vida em minha pele e põe luz à minha vista
Fala ao meu coração antes que eu desista

Volte na hora certa, pelo vazio de minha alma
Cruze minhas angústias fincando calma
Arvorando bandeira de vitória sobre a morte
Volte, espero-te, Precioso Amado, volte!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

ANGÚSTIAS NOTURNAS



Chegando por aqui, enfim, o primeiro poema de 2012... Deus seja louvado!!!!



Ela bebeu da fonte inesgotável das ilusões
Junto com aqueles cujos lábios sorriam gélidos
E cujas mãos estavam pálidas em semivida
Ela bebeu até escorrer queixo abaixo

Ela havia entrado por portas escancaradas
Onde sofismas a arrebataram como sedutores vampiros
Foram sugando suas energias e lhe injetando orgulho
Viciada ela ficou, envolta em sonhos e suspiros

Lavaram sua mente com veneno de serpentes
Enquanto matava a sede dos homens em seus braços
E as angústias noturnas a mantém presa como fantoche
Há vontade de fugir, mas não consegue dar dois passos

Ela não tem nome, não tem sequer um rosto
Ao menos uma face que se possa distinguir nas trevas
Ela ergueu muralhas gigantescas a proteger o coração
Onde eu deveria estar e nem mesmo posso entrar

Se ao menos ela escutasse o que eu dissera
Seus dias poderiam ser quase uma quimera
Mas o inverno em sua alma nunca passa, frio eterno
Toda noite eu a vejo desejar o inferno

E muitos existem tornados como a donzela
Perdidos em fumaça de falsas promessas seculares
Minha espera revela que existe uma chance
Eu simplesmente ainda espero por seus olhares...