sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A ROSA VINDOURA


Suave és como bálsamo
Como o bálsamo da cura e da esperança
Como a canção que acalenta a criança
Suas pétalas percorrem minhas feridas
Enquanto correm os dias apressados
Eu aqui, ainda bem, esperei confiado
E a rosa finalmente se mostra no horizonte
Sinto de longe teu suave perfume
Obrigado, que mais poderia dizer?
Vejo com tanta fé o teu aparecer
E prossigo em passos calmos até você
Doce rosa vindoura, futuro a brilhar
Voz do Cristo sofrido, que sofreu em meu lugar
Voz do Cristo vitorioso, coroado com glórias
Sigo rumo a esse imenso amor
Tão cálido, tão puro, tão forte
Que não é uma questão de sorte
É a vida que reluz mais que o nobre ouro
Partirei a descobrir desse tesouro
E enfeitarei meus caminhos com rosas de um futuro bom!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

DEUS DA ARTE


Foi Deus que fez a arte
Essa que eu uso, desuso e abuso
Essa arte que me faz saltar de uma nuvem à outra
Essa arte que nas veias corre solta

Foi Deus que cantou a canção
Na qual encontrei amor, força e perdão
Segunda e terceira chance de redenção
Deus aquarelou esse mundo nosso de cada dia

É de Deus que vem toda inspiração
Onde prevalece a doçura das poesias
O dom dos sons, em fúria ou calmaria
A tecelagem cerebral das ideias, até mesmo as confusas

Somos imagem e semelhança do Mestre das Artes
Um Deus criativo, multiforme, de toda versatilidade
Deus que do barro fez da arte um milagre
Que respira, caminha, pensa e... faz arte

Foi Deus que acendeu a chama genial
O pulsar de teus atributos que ninguém tem igual
Foi Deus, esse mesmo que os mares fez
E pôs a arte transbordando entre vocês

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A FONTE / THE FOUNTAIN



De onde vem, ó pequena, essa alegria?
Do som das flautas de tuas loucuras?
Do som da chuva surrando as ruas?
De onde vem, ó pequena, esse desvario?

Oh, Sweet dear poet, it comes from Him
It comes from Him, like sun as well
Like everything we’ve ever felt
Like love on our lips or ground under feet

Mas quem é Ele, ó pequena, de que falas?
Que tal parece? Quão belo ou quão esperto?
É alguém a quem se deseja ter por perto?
Diga-me, antes que eu desfaleça

Don’t you know, dear poet, the fountain?
His words are sweet but are strong
His eyes are gentile but they burn
He’s the real fountain of love

Ainda me sinto confuso, pequena amiga
Pareces insana, porém farta de amor
Como se estivesses de alma lavada
E eu preocupado com a minha dor

There’s a deep fountain available, poet
Don’t be afraid of tasting its water
Living water, never to be thirsty again
Not to be stuck in your sorrow, but healed instead

Qual é Seu nome? Quem é esse ser tão gentil?
Para arrancar-lhe das negruras e das feiúras
Só poderoso pode ser esse teu novo achado
Quem é Ele, quem é Ele, tão aclamado?

His name is Jesus, the Son of God
He gave his life to save us, poet
Would you ever dare do the same?
No one would, I praise His name

Então é daí que vem, pequena?
Posso eu provar do mesmo e gostar?
Ele é a fonte dos teus gargalhos?
Ele é a razão do teu dançar?

Yes, my dear, he is
The fountain, the deepest one
Where I’ve lost myself not to be found
Because I’ve just found my home

Eu irei contigo até a fonte, ainda hoje
Verás e beberei até me fartar, como tu, pequena
Vou me lançar na fonte com tamanho afinco
Pois eu quero provar de uma vida plena

So don’t take so long to do it
And bring all those ones who’d like
To try on a better life
Without fearing dive the fountain

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

(CH)OREMOS AO SENHOR



Orar, como nunca oramos antes
Uma vez ao menos, um esforço somente
E veremos tal grandeza de milagres
Perpétuo socorro vislumbrado

Orar, mas com muita, muita fé
Um grão de mostarda regado com lágrimas
Tocar a Deus, lavar seus pés
Apresentar diante Dele nossas almas

Expor nossos corações sangrados
Manchados retratos de nossas sombras
Cantar, dançar, louvar, ex-ter-nar
Pôr pra fora toda a dor, descarregar

Chorar, prantear do ponto mais fundo
Oremos com o rosto em pó, clamemos
Clamemos por toda dor desse mundo
Ao Senhor, Senhor, como santos O adoremos

domingo, 10 de julho de 2011

EM NOME DE UM CORAÇÃO TRANQUILO


Em nome de um coração tranquilo
É que faço poesias e oro
Sorrio com os amigos e com os amigos choro
Carrego minha pesada cruz
Mesmo sem enxergar a luz

Em nome de um pouco de alívio
É que convido Deus para minha vida
Em meio às dores e despedidas
Buscando além do que posso ver
Uma esperança pra não morrer

Tudo em busca de serenidade
Calma, paz, viver de verdade
Em nome das rotas que precisam ser acertadas
É assim que organizo essas palavras

Em nome de um refrão que possa ser (re)cantado
É por isso que confio no Cristo Ressucitado
Em nome do único bem que eu tenho, única herança
Em nome da inocência intacta de criança!

sábado, 16 de abril de 2011

A FEBRE E O SANGUE


Seus sonhos nem sequer chegaram
aonde eles poderiam chegar
Foram até o âmago do sonhar
Mas não se tornaram mais do que isso

Como uma torre de barro
Seu mais íntimo desejo desmoronou
E a febre agora se espalha
Fechando seus olhos pra batalha

A mão de Deus parece distante
Longe o suficiente pro teu orgulho 
Essa força que controla teu ser
Essa dor que te impede de viver

A mão de Deus está estendida
Quente e firme, porém não percebida 
Pois teus olhos encharcados de sangue
fazem com que não vejas teu Senhor 

Limpa teus olhos nas vestes de Cristo
Alvas e limpas, suaves e acolhedoras
Bebe de sua graça salvadora
Antes que não haja mais sol de esperança...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O PECADOR



( I )
Das trevas para a luz

Bradam heroicos os fariseus,
Sacudindo a carne de caça vistosa
Porque já seus dedos em riste o julgam
Prontos para catar as pedras mais próximas

Foste trazido das trevas, onde permanecias oculto
E lhe jogaram luz intensa sobre teu rosto criminoso
Pobre pecador, tenho pena de ti,
Pois os “juízes de Deus” se deliciam com teu tropeço

Agora, que enfiaste os pés pelas mãos,
Como farás para te livrar desta luz tão acusativa?
Ei, pecador! Infeliz tu és por teu adultério, tua sina
Tua mentira será exposta e tua nudez será revelada

(II)
Exílio e penar

“Exila-te, infeliz pecador, do convívio dos santos!”
Cuja impecabilidade é carregada sobre os ombros
E cujos passos não são tortos nem maliciosos
E vá, vá para longe de nossos olhos!

Se te arrependeres, sorte tua, se houver tempo
Os dentes rangem de fúria contra ti, ó infiel
As lanças tem venenos nas pontas, para trucidar-te
E expor a ti como exemplo aos outros fracos

Agora sangram teus braços, e gemes em agonia
Não clame a Deus, porque seus santos já o condenaram
Nós somos a voz do Senhor, e te rejeitamos tal como a um cão
Exila-te, e ai de ti se ergueres a cabeça

(III)
O reverso do pecado

Bem-aventurados são aqueles que encontram na graça
Uma armadura resistente e amor incondicional
Bem-aventurados os que levam a Deus suas feridas
E com Ele aprendem a serem curados

Ai de ti, ovelha negra, que mais te assemelhas a um lobo
E que desvia a última esperança de um fraco pecador
Resvalando-a pelos dedos para no ar se desfazer
Ai de vós, santos devassos, que mal exercem o amor

Porque todo aquele que voltar atrás e a Deus chorar
Conhecedor de sua miséria e pequenez, quebrantado
Todo aquele que acreditar no reverso do pecado
Este será acolhido, este será imensamente perdoado

Enxutas serão tuas lágrimas, limpo será teu corpo
Socorrido serás de teus conflitos e tuas perseguições
E será feito de ti grande homem, para que Deus seja exaltado
Até que estejas refeito, cheirando a fina prata!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ORAÇÃO DO EU



Que eu seja uma voz de esperança, em vez de medo
Que eu possa vestir a roupa da verdade, em vez de um disfarce
Que eu saiba dar a outra face, em vez de mostrar os dentes
Que eu entenda um pouco de arte, em vez de amordaçá-la

Que eu tenha o dom de escutar mais, em vez de tentar calar
Que eu possa reconhecer outras belezas, em vez do meu próprio espelho
Que eu consiga ser menos ranzinza, em vez de brigar com o mundo
Que eu creia mais em Deus, em vez de despejá-lo à toa pelos lábios

Que eu seja capaz de ajudar a subir, em vez de chutar para cair
Que eu guarde minha boca do mal, em vez de jorrá-lo como ouro pela saliva
Que eu seja pacífico, em vez de estimular a vingança e a violência
Que eu ame sem salário, em vez de impor o valor da recompensa

Que eu pare de reclamar da sorte, em vez de birrar como criança mimada
Que eu esqueça dos pecados passados, em vez de trazê-los da tumba
Que eu ore e agradeça por tudo, em vez de pensar só no que me falta
Que eu abrace com braços de afago, em vez de dar abraços gelados

Que eu tenha a ignorância de uma criança, em vez da sabedoria maligna de adulto
Que eu louve e cante para um Deus real, em vez de um deus efêmero
Que eu limpe meu coração dos rancores, em vez de regá-los com água do ódio
Que eu chore nos colos do Pai, em vez de engolir pílulas de depressão

Que eu sirva com boa vontade, em vez de cobrar qualquer palavra dita
Que eu me desvie das sombras estranhas da noite, em vez de namorá-las
Enfim, que um dia possa eu, em minhas quimeras
Chegar a um mínimo de minha humilde oração, quem dera!